segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Guerra de trincheiras: o inferno






     - "Queridos pais, escrevo-lhes estar carta para dizer-lhes que o seu filho ainda esta vivo, após uma séride de ataques e defesas nesta guerra de trincheiras ,lama, ratos e gases.
      Não vejo a hora que este conflito maldito termine, para que eu possa retornar a nossa casa, e assim revê-los novamente, comer a saborosa comida de minha mãe, ter as longas conversa com meu pai, e dormir tranquilamente na velha e macia cama, no qual eu não durmo á 2 anos.
      Por aqui as coisas vão a mesma, quando não estamos em ataque dos inimigos, chuvas de bombas e rajadas de metralhadoras, passamos o tempo lendo, conversando e matando os malditos ratos que rondam nossa trincheira. Certo dia o nosso sargento matou uns 17 ratos que ficavam entrando só no  alojamento subterrâneo dele, meus colegas de luta lhe disseram que era uma família faminta que mudou-se para lá atrás de queijo, no qual o nosso sargento comia todos os dias um pedaço.
      Quando não há tranquilidade, há o desespero na defensiva contra os inimigos e o nosso avanço sobre eles, morreram muitos bons homens em dias como esses. Todos os dias peço a Deus para terminar com este inferno no qual milhares de nossa pátria e os outros combatentes no qual enfrentamos, não importando quem sairá vencedor.
      Peço para que orem por mim, para que eu possa sair vivo desta maldita vida, para assim retornar em segurança até vocês........."


      O relato acima não é verdadeiro, mas ele serve como um exemplo de como se vivia um soldado em meio as agoniantes trincheiras da Grande Guerra (1914-1918).
      As trincheiras foram utilizadas em grandes precursões no fronte ocidental (Bélgica e França) e no fronte italiano, no qual serviram para transformar a guerra em uma total agonia, cujas novidades eram: Atacar e Ataque do Inimigo. Na Russia por exemplo, devido ao solo do cáucaso por ser um tanto duro, houve pequenos casos em que o exercito do czar utilizou trincheiras contra os alemães e austro-húngaros.
      Mas afinal, qual foi o propósito das trincheiras?
      Dizem que as trincheiras vem desde a antiguidade, porem elas somente foram reutilizadas entre os séculos XVI e XVII, no qual o uso da pólvora como arma utilizados nos primeiros mosquetes, serviu para proteger os chamados mosqueteiros em guerras de avanço rápido. Dizem que o rei Luis XIV utilizou a estratégia trincheiras com mosqueteiros nas gurras no qual lutou.
Esquema de trincheira na Grande Guerra de 1914
      Houve inúmeras ocasiões do uso desta estratégia, entre as mais recentes foi a Guerra Civil Americana (1861-1865), seguida da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), no qual a metralhadora surgiu para reivindicar o seu poder de fogo na proteção das trincheiras.
      Para montar uma levava-se um bom tempo, isso porque era necessário primeiro a utilização de algo que dificultasse a locomoção dos combatentes em campo de batalha: o arame farpado que surgiu para enroscar os soldados, mantendo-os presos para assim facilitar a morte por tiros, ou pelos cortes profundos que provocava.
      Depois bastava os combatentes colocarem mãos á obra ao escavarem o chão, fazendo quilômetros e quilômetros de buracos, cuja profundidade fosse o suficiente para caberem lá dentro. Utilizavam pedaços de madeira ou toras de arvores nas paredes da trincheira, para assim evitar desmoronamentos. Quando estava quase concluída, bastava agora os toques finais: colocar sacos de areia no todo das trincheiras, escadas para que os soldados subissem na hora de avançar contra o inimigo, montar as metralhadoras, fazer alguns abrigos subterrâneos para servirem de moradia aos capitães e oficiais, ou serviam como armazenamento de bombas, armas, munições, alimentos e armas.
      Os ingleses foram os primeiros a utilizarem esta estratégia, deixando assim os alemães surpresos na hora dos combates. Porem entre Outubro e Novembro de 1914, os alemães perderiam parte de seu tempo na construção das suas linhas de defesa (trincheiras) que se tornariam impenetráveis durante boa parte da guerra.
      A Grande Guerra (1914-1918) ficou caracterizada pela chamada Guerra de Trincheiras, divido ao extremo uso desta estratégia por quase todas as nações envolvidas na conflito, no qual milhares de soldados morriam só para conquistar pequenas faixas de terras de poucos quilômetros (entre 1 quilometro e meio).   Os combatentes apelidaram na guerra o espaço entre as trincheiras de "Terra de Ninguém", pois lutariam entre si para saber a quem pertenceria aquele território.
       Com os combates, muitas vezes não havia como socorrer todos os feridos ou remover os mortos do lugares onde tombaram na trincheira, por isso os combatentes viviam sempre acompanhados de seus ex-parceiros de luta mortos, que permaneciam ali até entrar em decomposição, no qual o cheiro era extremamente insuportável, que facilitava a propagação de doenças.
      Mais adiante veremos os meios encontrados pelos soldados para evitarem os horrores das mortes causadas nas guerras de trincheiras........ 


Peço para que leem este poema no qual peguei no site: 
http://persefone-hades.blogspot.com.br/2008/12/trincheiras.html

Trincheira


Chão pesado, pesado chão entre trincheiras
do vermelho por entre verdes
agonia deste odor.

Chão pesado, pesado chão entre trincheiras
de um coração que pulsa
rodeado de estilhaços de aço.

Chão pesado, pesado chão entre trincheiras
sem aviso voa mais uma granada
macula o verde que resta.

Chão pesado, pesado chão entre trincheiras
no mais refinado perfume
sinto o cheiro do homem.


Fortificação alemã na terceira batalha de Yprês (França)





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